pela Pola Oloixarac reporteira na Silicon Valley pra Revista Alfa traduçao: Ronaldo Bressane
Na varanda de uma mansão à beira do Oceano Pacífico, em uma das áreas mais sofisticadas de São Francisco, um mago anão de largas barbas brancas conversa com um homem de óculos cuja roupa parece um computador — o assunto é uma professora que provou que seu papagaio pensava. Freakolândia? Nada disso. O primeiro sujeito é James Randi, o mágico que desmascarou o vidente Uri Geller, uma espécie de superpadre Quevedo dos anos 70; o segundo é o inventor Steve Mann, conhecido como o “primeiro ciborgue” por seu trabalho com câmeras adaptáveis ao corpo; a professora é Irene Pepperberg, autoridade de Harvard em cognição animal. Ali por perto há uma biblioteca com o alfabeto essencial dos mestres da ficção científica: Isaac Asimov, J.G. Ballard, Arthur C. Clarke. Do terraço, o olhar se perde em uma vista magnífica do Exploratorium, o museu de ciências onde Kim Novak e James Stewart passearam para as lentes de Alfred Hitchcock em Um Corpo Que Cai. Dispersos pelos três andares da residência, papeando e bebendo champanhe, esquisitões multidiplomados se misturam a homens de turbante, nerds entusiasmados e milionários californianos — entre eles está ninguém menos que Larry Page, fundador do Google. O dono da mansão é Peter Thiel, criador do PayPal, empresa pioneira na transferência financeira pela internet e um dos primeiros investidores do Facebook. Tudo parece fantasioso. Mas está acontecendo. Aqui, agora.
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